Exames
Ultrassonografia da fertilidade
A ultrassonografia da fertilidade é o exame para a contagem de folículos antrais para avaliar o número de folículos (cada folículo abriga um óvulo) presente nos ovários. A ultrassonografia transvaginal deve ser preferencialmente realizada entre o segundo e o quinto dia do ciclo menstrual. Todos os folículos encontrados nos dois ovários com 2 a 10 mm de diâmetro são contabilizados. A soma dos folículos representa a classificação da reserva ovariana, sendo considerada baixa reserva um resultado igual ou menor do que 4.
Monitorização da ovulação
A monitorização da ovulação é a realização sequenciada de ultrassonografias para avaliar a ovulação e prever a data de ovulação. É indicada principalmente para as mulheres que utilizam medicamentos para estimular ovulação ou mesmo para aumentar as chances de gravidez em ciclos sem indutores. Possibilita o acompanhamento do crescimento dos folículos (estruturas que produzem os óvulos) até a liberação dos mesmos (ovulação), assim como avaliar o endométrio e a presença de muco no canal do colo uterino. Dessa forma, é possível prever os dias mais adequados para ter relações sexuais com a finalidade de engravidar e o momento ideal para realizar a inseminação ou transferência de embrião nos casos de tratamentos de reprodução assistida.
Normalmente são feitas de 5 a 8 ultrassonografias até o sinal ultrassonográfico de ovulação.
Em um ciclo de 28 a 30 dias, entre o 10º e 12º dia, o folículo dominante deve estar com mais de 10mm. O crescimento dos folículos em média é de 2mm por dia. O endométrio aumenta 1 a 2mm/ por dia e sua espessura ideal no dia da ovulação deve estar entre 7 e 15mm para que ocorra a fixação do óvulo fecundado no útero.
Rastreio da endometriose
Para o Rastreio da Endometriose, é realizado exames de ultrassom transvaginal na região pélvica, na parede abdominal e no aparelho urinário, e também assim a avaliação do fluxo ovariano por meio do Doppler.
Os exames iniciam com um rastreamento da parede abdominal, seguido de uma avaliação transvaginal detalhada, e conclui com a avaliação da região ao redor do colo uterino.
Espermograma comum
É o exame para avaliação da fertilidade masculina. No espermograma serão avaliados diversos parâmetros macro e microscópicos do sêmen, fornecendo informações sobre a quantidade e qualidade dos espermatozoides. O exame primeiramente analisa se o volume do esperma, o pH (acidez), a viscosidade, a cor e a liquefação do sêmen estão dentro da normalidade.
O espermograma também avalia o número de espermatozoides existentes, sua morfologia e sua motilidade. A análise é feita a partir de uma amostra de sêmen colhido pela masturbação.
Caso o homem apresente alguma alteração no espermatozoide, os resultados do espermograma podem ser os seguintes: oligozoospermia (alterações na concentração), astenozoospermia (alterações na motilidade) e teratozoospermia (alterações na morfologia).
Espermograma com prova de recuperação
Espermograma com prova de recuperação ou capacitação espermática é um exame complementar ao espermograma normal. Este exame permite verificar a quantidade e qualidade dos espermatozoides recuperados e viáveis após o processamento. É realizado em um ambiente que simula as condições uterinas, eliminando dos espermatozoides imóveis, células imaturas, detritos e plasma seminal. O resultado auxilia na conduta do médico para indicar ou não procedimentos de reprodução assistida ou escolher a técnica de reprodução assistida mais adequada.
Genotipagem KIR
A genotipagem dos genes KIR pode auxiliar na melhora dos resultados nos tratamentos de fertilização assistida. O exame é indicado nos casos de FIV que tiveram falhas de implantação ou abortos após transferência de um ou mais embriões com óvulos doados e já realizaram a rotina de exames para investigação da falha de implantação.
Biópsia endometrial para pesquisa de endometrite
A biópsia endometrial para pesquisa de endometrite é o exame que analisa alterações do tecido endometrial por meio de uma amostra de células. O exame consiste na retirada de fragmentos do endométrio através de uma fina cânula ou durante a histeroscopia, quando houver indicação.
Endometrite é um processo inflamatório decorrente de uma infecção microbiana do endométrio que muitas vezes por ser assintomática. O processo inflamatório que se instala no tecido altera a composição do endométrio, que pode reconhecer o embrião como um agente agressor e eliminá-lo, prejudicando a implantação embrionária.
Teste Genético Pré-Implantacional (PGT-A/PGT-SR/PGT-M)
É um teste utilizado nos tratamentos de reprodução assistida que avalia o conteúdo genético de embriões ou ovócitos para a seleção de embriões normais para a transferência. Desta forma diminui o risco de aneuploidia fetal (alterações cromossômicas) e aumenta as chances de gestação.
O Teste Genético Pré-Implantacional está principalmente indicada para:
- Casais que têm antecedentes familiares com anomalias genéticas.
- Casais no qual a mulher tem mais de 38 anos e quer reduzir os riscos de gerar um bebê com malformação genética.
- Casais com abortos de repetição.
- Casais com insucessos repetidos de FIV.
Os testes genéticos pré-implantacional são divididos em:
PGT para aneuploidias cromossômicas (PGT-A)
O PGT-A permite a detecção de anormalidades cromossômicas numéricas, dos 24 cromossomos (22 autossomos e 2 sexuais – X e Y) através de técnicas de biologia molecular a partir do DNA extraído do embrião. Com isso permite diminuir o risco de abortamento e doenças cromossômicas como a Síndrome de Down.
PGT para detecção de rearranjos cromossômicos estruturais (PGT-SR)
É um teste para pesquisa de rearranjos cromossômicos estruturais que tem como principais tipos: as translocações recíprocas, translocações robertsonianas e inversões. A translocação mais comum em humanos envolve os cromossomos 13 e 14, porém existem outras consideradas importantes e que devem ser avaliadas caso a caso. O objetivo do teste PGT-SR é estabelecer uma gravidez que não seja afetada por essas anormalidades em um casal com uma translocação equilibrada ou deleção/duplicação. Rearranjos cromossômicos podem ser herdados ou acontecer espontaneamente. Muitos portadores de rearranjos cromossômicos balanceados não apresentam nenhum tipo de sintoma, desconhecendo sua condição até que desejam ter filhos. Os portadores de rearranjos equilibrados podem gerar embriões com a quantidade incorreta de material cromossômico, o que normalmente acarreta em uma gravidez sem sucesso.
PGT para detecção de desordens monogênicas (PGT-M)
Identifica alteração genética específica herdada dos pais e que irá originar uma doença hereditária. Este teste é indicado para os casais que apresentam casos de doenças monogênicas hereditárias na família, tais como anemia falciforme e fibrose cística, entre outras.
Primeiro USG obstrétrico
O primeiro ultrassom obstétrico deve ser realizado entre a sétima ou oitava semana de gravidez por via transvaginal. Nessa fase, conseguimos visualizar o embrião que deve estar com pouco mais de 5 mm de tamanho, além de detectar seu batimento cardíaco e idade gestacional.
Teste de fragmentação do DNA espermático
O teste de fragmentação do DNA espermático tem como objetivo a avaliação da estrutura do DNA e da cromatina. O exame também avalia os mesmos critérios do espermograma como volume, cor, viscosidade e ph do sêmen, e concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides.
As duas técnicas mais utilizadas do teste de fragmentação do DNA espermático são a TUNEL e o Teste da estrutura da cromatina espermática. A técnica TUNEL utiliza substâncias reagentes com corantes fluorescentes que detectam os danos: os espermatozoides com DNA fragmentado possuem coloração verde na cabeça e são definidos como TUNEL positivo, enquanto aqueles com coloração azul indica que o espermatozoide tem DNA íntegro.
No teste da estrutura da cromatina espermática, ocorre interação entre uma sonda fluorescente e a molécula de DNA. Nos espermatozoides com o DNA fragmentado, ocorre uma mudança no sinal de fluorescência.
Os percentuais de integridade do DNA estão diretamente relacionados aos de fertilidade, e podem variar de 15%, quando é considerada excelente, a 50%, nos casos em que é muito baixa.
Dr. Ricardo Pimentel
Especialista em Reprodução Humana em Goiânia
CRM-GO 15740 / RQE 12421/13793
- Research Fellow and Scientist in Human Reproduction at New York University;
- Especialista em Reprodução Assistida pela USP- Ribeirão Preto;
- Doutor em Reprodução Humana pela USP-RP em parceira com a New York University;
- Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia e em Reprodução Assistida pela FEBRASGO.
Perfetto Reprodução Humana
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